06 março 2014

Da violência e da insanidade contra a mulher (editado)

A Cidade do Sol, do mesmo autor de O Caçador de Pipas, eu juro que, de certa maneira, subestimei o livro. Comecei a ler, a história começou a se enrolar, pelo menos na minha cabeça, porém, quando acabei de ler Saramago, retomei mais tranquilo a leitura e então... devorei o livro.

Claro que não foi nada de insano, mas quase. Se bem que nós, leitores - eu adoro me considerar um - somos meio loucos, mas é algo maravilhoso que nos faz sonhar, viver, aprender e passar adiante.

Mas voltando ao livro, é um romance que retrata muito bem as diversas invasões no Afeganistão e a destruição da identidade daquele povo sofrido. Um povo que luta até hoje pela recuperação da autoestima, bem como de suas crenças e de sua história, devido às opressões horrendas que passou. E passa.

O desejo de poucos fanáticos, bem como a eterna briga entre, na época, URSS e EUA, fez do Afeganistão um país de milhões de mortos. De milhões de almas que pagaram um preço alto com a vida, sem ao menos saber o motivo. De crianças mutiladas, de pais assassinados, de mulheres espancadas, de liberdades cerceadas com a opressão de fanáticos extremistas e desumanos.

O livro traduz bem a violência contra as mulheres que, só de escrever aqui, chego a me arrepiar e sentir uma dor no peito. Eu não suporto isso, seja qual for o tipo de violência.

A violência dentro das residências, a ignorância do regime Talibã e seus seguidores. Os espancamentos, julgamentos, enforcamentos, os rituais satânicos que Deus, certamente, deve ter fechado seus olhos. E com tudo isso, o mundo ainda não aprende. E nem irá aprender.

Imagine-se, principalmente você, mulher, de repente, ter cerceada sua liberdade. Você não poder trabalhar, estudar, ler, ver televisão, sentar-se junto com os amigos do marido. Tendo de sair de casa acompanhada pelo esposo ou um parente masculino. Usar burca o dia todo, limitando sua visão periférica. Jamais conversar com um homem que não seja seu marido. Andar atrás dele na rua. Não ter cuidados básicos de saúde, pois a prioridade no regime Talibã eram os homens. Ter de cuidar-se de tudo isso, pois se não era espancada na rua, com chicotes, era espancada em casa. Enfim, tente imaginar-se um minuto assim. Pronto! É inimaginável.

O livro é de doer. Mas traz uma mensagem de amor aos filhos, amor à humanidade e aos princípios. A doação da vida e a entrega da mesma pelos filhos e pelos que ama. Traz um pouco do que é o propósito de cada um, nessa passagem rápida que é nossa vida, que é divina.

Recomendo, mas... prepare-se: você vai chorar muito, mas vai aprender também. E tenho certeza que sua fé em Deus irá aumentar.

Boa leitura e obrigado pela visita.



3 comentários:

  1. Este livro por alguma razão sempre acaba ficando para trás na minha listinha de próximas leituras. Depois destas tuas considerações, darei um jeito dele "furar a fila". :) beijos

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  2. Fure a fila, Alice. Tenho certeza q vc vai amar. Uma história muito bem contada q dá bem a realidade do Afeganistão e a violência contra as mulheres. Obg pela visita. ;)

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  3. poderia dar uma olhada no nosso novo post? mudamos o url do blog antigamente era 'Leitoras de chocolate'
    http://cloudofdream.blogspot.com.br/2014/03/mudancas-e-o-motivo-do-recomeco.html

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