02 setembro 2014

As pessoas grandes são cruéis

Pois então. Pelo dia do psicólogo, último dia 27 de agosto, ganhei de minha querida amiga e colega psi, Caren, e de clínica também, para minha prazerosa surpresa, um exemplar de O Pequeno Príncipe. Sinceramente, nada como uma boa e rica surpresa. Acima de tudo, afetiva.

Li essa obra divina em minha tenra infância. Gostei dessa do tenra infância. Não havia comprado o livro ainda. Quase comprei esses dias na Amazon, para ler no Kindle. Porém, por respeito a tão maravilhoso autor e pelo meu respeito próprio, e isso não que dizer que não valorize os livros no Kindle, pelo contrário, eu queria mesmo era ter o livro comigo, na minha estante. Enfim, agora, ganhei e com muito carinho.

Reler O Pequeno Príncipe é como reler Freud: super atual. Cada releitura das obras freudianas é uma nova leitura, uma nova descoberta. Cada vez mais atual. Enfim, vamos falar de o principezinho lourinho? Siiiiim.

Bastaram poucas páginas para eu já começar a grifar as que achei mais interessantes (todas são), lembrar da infância e publicar no IG. Cada palavra, cada frase traz um caminhão de sentimentos e metáforas que cabem muito bem na nossa realidade. O universo adulto, para quem já leu a obra de arte que me refiro, é criticado de forma sutil e vital. Sim, eu escrevi vital. O Pequeno Príncipe nos coloca frente a frente com a gente. Faz, já nas primeiras páginas, pensarmos de forma tão simples, mas tão clara, que nos atinge, nos dá um choque de realidade e nos coloca num lugar que, por vezes, como adultos, deixamos a desejar. Eu diria até que por muitas vezes.

Aproveitando, com perdão do gerúndio, como psicólogo, não faço psicoterapia de crianças, porém faço psicodiagnósticos delas. Mas referi aqui sobre isso para deixar claro que a criança, para aqueles que não sabem, e com perdão para aqueles que sabem a respeito, não tem a capacidade que  nós, adultos, temos de nos defender, com mecanismos intelectuais tão precisos para esconder os problemas. O pequeno e querido príncipe, fala aquilo que sente e, por isso, surpreende o seu companheiro de deserto. E muito.

As pessoas grandes, por vezes, por muuuuitas vezes, esquecem que um dia foram crianças e, por consequência, a doçura, a verdade, o amor e o afeto da infância. Particularmente digo que ser feliz implica em voltar a ser crianças, mas, de certa forma, tenho pra mim que nunca deixamos nossa crianças de lado. A questão, na verdade, é de ponto de vista, ou ângulo de visada. Esquecer a infância e sua doçura, e se utilizar dos mecanismos defensivos para negarmos o amor próprio e ao outro, faz o mundo ser cruel, mais do que, instintivamente já o é.

Por fim, queria dizer que ainda não acabei o livro, não porque não quis, mas porque fica difícil de abandonar tão nobre obra após completar a leitura. E também porque não por acaso existe este humilde blog, Leitura de Intervalo. Sim, é porque nos intervalos é que leio mais. E gostaria que você, que não tem muito tempo, o fizesse também.

Fico por aqui. Finalmente, pude escrever mais um post. Os dias estão corridos, sempre foram. O tempo não para. Nunca parou.

Cleuber :)


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