28 setembro 2013

Quem é o mensageiro?

Até onde podemos fazer alguma coisa que mude o mundo? Por onde começar a mudar o mundo? Quando começar a buscar algo que faça a diferença na sua vida e na vida dos outros? Estas três perguntas, despretensiosamente, são um pouquinho do resultado da leitura de EU SOU O MENSAGEIRO, de Markus Zusak, o mesmo autor de A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS.
 
O livro que acabei de ler não é meu. Um amigo de alguns anos que me emprestou, fruto de me ver pra lá e pra cá caminhando com os livros que leio, bem como de conversas a respeito de literatura. Já indiquei livros a ele, e ele a mim. Também emprestou-me, como é nesse caso. NA COMPANHIA DAS ESTRELAS ele viu que eu estava lendo e acabou por comentar em casa e ganhou o livro. Interessante, não? Esses links, essas "costuras", essas conversas do cotidiano sobre literatura, fazem uma rede real, não somente a virtual, que também não deixa de ser real. Isso tem me fascinado.
 
Se você acha que a vida é aquilo que pintaram pra você desde os primórdios de seu tempo aqui nesse mundo, critique-se e tente perceber se você não pode ir além, fazer mais do que já fez ou faz. Quando me refiro a isso não é sair por aí enchendo sua vida com milhões de atividades e não tendo tempo para coisas que podem ser bem importantes. Há os que imaginam que a vida não será aproveitada se nunca saltarem de bungee jumping, ou coisa que o valha. Há os que aproveitam a vida e vivem mais felizes do que muitos, assistindo ao seu time de futebol do coração.
 
Enfim, há milhares de formas de se aproveitar a vida: ler - obviamente -, viajar, conhecer pessoas, desfrutar do melhor das coisas naturais que o mundo oferece, estar entre os amigos, família, dentre outros. É importante que se avalie o dia a dia, que se mude as rotinas, que os sorrisos sejam mais estampados na face do que os maus humores que não se tem ideia de onde vem, ou se tem. Claro, mas há que se respeitar, pois cada um é cada um. Entretanto, gosto dessa frase que me foi dita um dia: "se posso sorrir, porque vou chorar?". Interessante! Obviamente que não deve ser levada como regra, pois precisamos chorar também. Mas é muito interessante.
 
EU SOU O MENSAGEIRO já diz do que se trata: mensagens. Calma! Para lá. Peraí. Não tem nada de autoajuda aí, viu. Com todo respeito a quem lê. Eu também já li, mas não leio mais e não concordo, até porque vai de encontro ao que trabalho clinicamente e ao que penso e aplico com o que aprendi. Mas sobre isso a gente fala outra hora.
 
Imagine enigmas. Pronto, chegamos à estória. O personagem tem uma vida estagnada, definida, apesar de jovem. Perspectivas? Poucas. Um amor a lutar? Sim. Mas não luta. Problemas com a família? Sim. Mas não resolve. Amigos, tem? Sim. Mas sua vida é como caminhar em uma esteira (não gosto, a propósito), pois não se vai a lugar algum. E assim ele segue até começar a receber mensagens (não se preocupem, não vou contar o livro) e a buscar resolver o que se apresenta. Nesse caminho, ele vai costurando sua vida à dos outros e a vida dos outros à de outros e assim por diante. Com altos e baixos ele vai descobrindo que coisas tão simples de serem modificadas, pequenos gestos ou simples sorrisos, podem fazer toda uma diferença. Inclusive mudar o mundo. Sim. Mudar o mundo. Claro, mas ele precisa sentir na pele que não é tão simples assim.
 
Bom, então Ed, o protagonista, inicia a resolver problemas, em tese problemas, de outros e a enxergar melhor os seus. Melhor ainda: começa a perceber que ele pode mudar e buscar melhorar sua vida, a começar pelas coisas não ditas, pelas mágoas que carrega nos ombros e nas noites mal dormidas, enfim. E a cada página virada, a estória fica melhor ainda. 
luoucuras.blogspot.com

 
Confesso que iria ler o livro mais tarde, mas li a contracapa e passei ele na frente da minha fila de livros. E foi só começar a ler que virou compulsão. Controlei-me, claro, mas queria ler e ler e ler. O livro ensina pela escrita rebuscada e doce de Markus Zusak. Bom, sou suspeito em falar, pois amei A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS (clique e leia o post) . As redes e emaranhados da estória, nas estórias simples de pessoas simples do livros, mostram a diferença que faz um "escutar" melhor, um "enxergar" melhor, um "se enxergar" melhor, um "andar pelo caminho do bem", sem precisar se corromper com o mal, muito pelo contrário.
 
Mudar o mundo. Sim, todos somos capazes. Mas não se muda o mundo se não se munda o seu, o meu mundo. Os pequenos gestos, as pequenas coisas, o sentir e o expressar o que sente, dizer, falar, mostrar, olhar, apontar os sentimentos, muda o mundo. Muda você. Muda os outros. Todos somos capazes, é a mensagem do livro, de mudar as coisas, de buscar o diferente, sem precisar, muitas vezes, exagerar em ações. Basta parar. Ver. Enxergar. Escutar. Perceber. Entender. Compreender. Dar aquela chance. Sentar. Conversar. Valorizar.
 
Como isso? Como mudar o mundo? Mudando. Iniciando por você e por suas ações do cotidiano, a partir do seu mundo interno e do mundo ao seu redor. Parou pra pensar nisso já? O livro é, pra mim, mais um daqueles livros que dão a essência da vida.
 
Então, está esperando o quê? Não fique esperando pelos outros. Aja! Permita-se a sentir. Não se reprima ou se defenda muito. Permita-se a sentir. SIN-TA!

Até! ;)


 PS.: agora me deem licença, que quero terminar de ler Amora!

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