10 agosto 2014

A Casa do Céu: uma lição de perdão

Um livro espetacular. Uma história real de uma mochileira: Amanda Lindhout.

Amanda foi sequestrada em uma de suas aventuras na Somália. Antes disso, havia viajado pelo mundo, daquelas mochileiras que escolhem o lugar, juntam dinheiro e vivem seu sonho. Vivem a vida. 

Quando garotinha, comprava, com o dinheiro que conseguia arrecadar com seu trabalho, revistas da National Geographic. Ficava maravilhada, sonhando com os lugares que gostaria de conhecer. E conheceu. Seus olhos brilhavam por eles. E o sonho virou realidade. Já adulta, juntava seu dinheiro e partia, de certa forma, entrava estava nas páginas da National. Esses capítulos das viagens de Amanda são descritos de uma forma que não tem como não se ver junto com ela. Adoráveis.

Enfim, aventureira, gostava de arriscar. Arriscou tanto que até âncora de jornal em Bagdá, Iraque, foi, sem ser jornalista diplomada. Fazias seus bicos com fotos e matérias que vendia para se manter nesses países. Gostava do difícil, do incrível, do olho do furacão. E assim teve seu furacão, como descreveu. Parou na Somália, um país desgovernado, sem freio, sendo trucidado pela guerra interna entre muçulmanos distorcidos e cristãos. Ia aos lugares mais perigosos. E então foi sequestrada. Por mais de um ano ficou em cativeiro, ela e seu companheiro Nigel, antes namorado. 

Agora imaginem alguém ficar confinado, numa situação extremamente precária, sendo abusada, acorrentada pelos pés por mais de 10 meses, mal alimentada, sofrendo agressões físicas e psicológicas, quase morta degolada, dentre outras coisas. Uma praticamente nem sobrevida, posso dizer. Amanda é uma guerreira e sou seu fã. Ela é minha heroína. Criou uma casa no céu, como ela chamava, onde imaginava fazer tudo o que queria, conversar com quem quisesse, ter quem quisesse e orar a Deus, tendo fé, mas principalmente força e esperança.

Sim, esperança é algo que Amanda sempre teve, pois se sentia responsável e culpada pelo que passava, por certa imprudência, egoísmo de buscar arriscar, ser do contra. Sentia muito pelo trabalho que estava dando a sua família, pelo sofrimento e pela mudança de vida, por ela estar naquela situação.

O interessante de tudo é que no final do livro, Amanda... (óbvio que não vou contar nada, né).

Olha, eu aprendi muito com Amanda e sinto até vergonha de alguns egoísmos de minha parte. Preciso, certamente, repensar algumas coisas em minha vida, e tenho certeza de que todos os que lerem seu livro, terão outra visão sobre fé, esperança e sobretudo perdão.

A Casa do Céu é um livro divino.

Até mais! 

Cleuber Roggia

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