Presente que não é

O tempo presente. Lendo O Encantador, de Lila Azam Zanganeh Imagem ao lado) -  e estou encantado com a encantadora indicação -  surge o tempo. O livro é sobre felicidade, o que é um maravilhoso e divino tema. A felicidade das e nas coisas, em tudo, em cada canto, em cada partícula, em cada átomo. A tão sonhada felicidade que todo mundo busca está no livro. Pelo menos pra mim. E obviamente que me identifiquei com a nova leitura. Nossa Senhora!

Mas isso não é resenha, é sobre o tempo presente. Esse tempo que, para mim, desde os tempos da psicologia (não faz muito, viu), nas aulas da amada filosofia, me questionava. Ainda mais com os filósofos pré-socráticos que me foram passados pelo nobríssimo e querido professor.  

Pois é, o presente. Sim, para mim esse tempo não existe. Ou se existe deve ser menor que um átomo. Talvez "existe" não seja a palavra, mas a usei. Na verdade, passado, presente e futuro, nada disso é palpável, certo? Mas referimos eles porque precisamos de orientação, ou algo que o valha. Uma convenção que atravessa as eras. Você consegue me dizer o que é o presente? Você pode me responder que é agora, que é o momento, que é o que estamos vivendo. Ok, pode ser. Mas estamos falando em tempo. Em que tempo é o presente? Na hora, no minuto, no segundo, no milésimo? Tá, mas o milésimo é um número, e se a gente for discutir sobre números, de antemão já sabemos que eles são infinitos em si mesmos, e também que 2 + 2, todos sabemos que não são 4, nem aqui e nem na China.

Para mim o tempo presente não existe, digamos assim, uma vez que o tempo não para. Não para. Se o tempo não para, não há presente. (Eu adoro escrever de tempo e que ele não para, porque realmente ele não para e ninguém o faz parar). O Senhor Tempo é implacável. Já o passado, o tempo passado, não posso dizer que não exista, mas posso dizer que existiu, uma vez que ao iniciar este post, o início já passou, bem como o início dessa frase. E está materializado. Tudo o que foi construído até hoje vem do passado. Viu? Mais fácil, né? Mas e o presente? A-há!!! Você acha complexo? Talvez uns achem que sim. Outros podem pensar que eu estou "viajando". Mas não. Não estou "viajando". Estou discorrendo sobre um tema que tem muito a ver com felicidade. É esse agora seria o presente? Talvez sim. Para mim, fica assim, exemplo:

 

PASSADO - PRESENTE - FUTURO

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Isso aí acima, é um desenho para tentar materializar o passado, presente e futuro. Mas o que posso dizer é que o tempo passado materializa-se pelo que foi construído... o presente, é um tempo que não para... e o futuro é algo que não existe. Tá, mas e a felicidade? Está nas coisas que giram ao nosso redor, todo tempo, sem parar. Não está no futuro, pois ele não existe, mas está plantada nos detalhes e na história do passado de cada um. Isso é o que eu penso. 

O Encantador estou lendo devagar. Ele é tão bom de ler e cada frase diz tanta coisa que eu volto várias vezes no texto, risco, rabisco (não muito pra não estragar o livro). Paro. Penso. Realmente é uma leitura adorável. Significativa. É quase uma terapia.

Felicidade é o agora. Mas o que é o agora? Não importa. Seja feliz e olhe para as cores do mundo, da vida, para as cores ao seu redor. Elas estão por aí, do seu lado. Olhe e verá. Sentirá. Não espere pelo futuro. Ele não existe. O tempo não para. O tempo é como um ônibus que não para. Pra você toma-lo, ele apenas irá diminuir a velocidade, mas não vai parar como para nos pontos com motor ligado e espera. É por aí que eu enxergo. É por aí que eu posso ver a felicidade. Não no que vai acontecer, mas no que está ao meu redor. Claro, posso projetar... projetar e ser feliz com os objetivos atingidos, mas é justamente isso, na hora do objetivo que se atingiu, naquele momento, naquele segundo que não para, que você diz: como estou feliz. Né?

Até!

Cleuber ;) 

PS.: às vezes me permito com minha vã filosofia. É o que penso. É o que sinto.