Quem nunca realizou um
sonho. Quem nunca conseguiu aquilo que queria. Que desejava. Quem
nunca conquistou o que almejava. Muitos, talvez. Ou não. Uns
atingiram e atingem seus objetivos. Outros, não conseguem conquistar
tudo o que desejam. Uns, talvez, porque sonham muito exageradamente.
Outros porque são mais pés no chão, mais realistas. Agora, antes
de qualquer coisa, sonhar não custa nada e, sinceramente, será que
existe exagero no sonho? (Quando me refiro a sonho é no sentido do
que se deseja, não na questão onírica). Não me refiro a delírios,
viu. Mas me refiro a sonhar e buscar, estar atrás daquilo que se
deseja, mesmo que indiretamente. Sim, por vezes, chegamos onde sempre
desejamos, mas por caminhos que jamais imaginávamos, mesmo
exageradamente sonhando. Acontece muito. Já aconteceu contigo? Ter
um desejo, esquecê-lo, de certa forma, e, sem mais nem menos,
realizá-lo. Acontece.
Ok. Mas o que tem isso
a ver com livros? Bueno. Quando se lê um livro, principalmente
aquele que te prende, temos o desejo de que ele acabe logo, pra que a
gente possa saber o final. Dentro desse desejo, há inúmeras
situações que imaginamos e pensamos, bem como torcemos por algum
final, ou não, que gostaríamos. Isso vai pelo viés da nossa
identificação com a história, com o autor, ou com alguma
personagem do livro. Isso também vale para filmes.
Pois bem, quero dizer que quando se termina de ler um livro, ou se chega ao seu final – eu gosto de dizer que bons livros não acabam – concluímos um objetivo. Atingimos esse objetivo. E, por muitas vezes, concluímos com prazer. Seja o prazer de ler, de terminar o livro, de encontrar-se com um final que nos deixa com a plenitude de que seria dessa forma que deveria acontecer o fim da história. Enfim, nos dá a sensação de satisfação. Entretanto, se é que concordam comigo, para quem gosta de ler, também dá um sensação de perda e de frustração. Sim, mas toda perda gera uma frustração, naturalmente. Fato é que, em analogia ao que escrevi ao iniciar este post, ao terminar de ler um livro, além do prazer que sentimos, também sentimos uma certa frustração, pois se conquista aquilo que se desejou: concluir o livro, ter se identificado muito com o livro, ter imaginado aquela história para sua vida, ou coisa que o valha, ou não ter sido “correspondido” pelo que desejava do autor. Enfim, terminar de ler um livro é um prazer, e ao mesmo tempo uma frustração. Entretanto, uma frustração que também é gerada pela falta que o livro e sua história farão, mas ao mesmo tempo preenchida pela próxima história, pelo próximo autor, pelo próximo livro e, sobretudo, pelo desejo do novo, no novo livro. A falta se preenche, de certa maneira, com o desejo.
PS.: Desejo, ganho,
frustração, perda. Isso tudo anda junto, mas o importante é que os
dois primeiros sobressaiam-se sobre os demais. Isso é o mais
importante tanto num livro, quanto no seu dia a dia, como na sua
vida.
Uma boa leitura de
intervalo. #leituradeintervalo
;) Cleuber Roggia
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